quarta-feira, 6 de abril de 2011

ESTUDO DE GEÓLOGA DA URBEL CONTRIBUI PARA GERIR ÁREAS DE RISCO NO TAQUARIL



Neste mês os empregados da Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (Urbel) poderão conferir os resultados da pesquisa de mestrado desenvolvida pela geóloga e supervisora de Manutenção e Áreas de Risco da Urbel, Cristiane Silva Sebastião. Ela defendeu, no fim do ano passado, a dissertação “Correlação Entre Pluviosidade e Movimentos de Massa na Região Leste do Município de Belo Horizonte” no Núcleo de Geotecnia da Universidade de Ouro Preto.
O estudo abrangeu os períodos chuvosos de 2006 a 2010 com o objetivo de estabelecer a relação entre o volume de chuva capaz de influenciar a ocorrência de deslizamentos de encostas.
De acordo com Cristiane Silva, a dissertação indica questões que podem contribuir no aperfeiçoamento da gestão em áreas de risco de vilas. “Seria preciso um monitoramento em todos os períodos chuvosos do número de escorregamentos e dos índices de precipitação em todas as regionais. Assim, seria possível estabelecer uma estatística mais precisa e confiável. É necessário, também, estender o estudo que fiz para as outras regionais, para assim confirmarmos um parâmetro de índice de precipitação capaz de desencadear um escorregamento, levando-se em consideração as diferentes características no relevo, na forma de ocupação e na constituição social das regiões”, finalizou.
Uma das conclusões da pesquisa apontou que chuvas acumuladas em dois e três dias são as que mais influenciam no desencadeamento dos escorregamentos. Dentre as áreas com maior risco de deslizamento está o aglomerado do Taquaril, pelo seu tamanho e por apresentar o maior número de edificações em alto risco da cidade, bem como a alta declividade das encostas e a existência de cortes verticais de barranco feitos para construção de moradias.
Outra conclusão interessante do estudo da geóloga mostra que 63% dos escorregamentos foram constituídos de pequenos movimentos de terra. Ela explica que, apesar de pequenos, esses movimentos podem provocar desabamentos devido à precariedade das habitações. “Isso reforça a necessidade das pequenas obras de risco e de programas para melhoria das construções”
Cristiane ainda mostra que os deslizamentos ocorreram com maior frequência nos dias de chuva intensa, na qual o volume de água alcançou os 70mm ou mais em menos de 24 horas. A pesquisadora conseguiu identificar que a combinação desses dois fatores é capaz de deflagrar deslizamentos independentemente da quantidade de chuva acumulada nos dias anteriores.

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